Novamente me afoguei
Nos azulejos do meu banheiro.
No frio da porcelana,
Entre os rejuntes embolorados,
Em repetitivos quadrados,
Através de reflexos brancos,
Isento de ornamentos,
Cheirando a desinfetante,
De um branco hospitalar.
No silêncio das goteiras,
Agitei-me nervosamente em meio ao vórtice de água fria que escoava pelo ralo.
Cansada, escorri pelos metais,
Enferrujando os cantos
Entupindo o encanamento,
Cheirando mal.
Sem conseguir romper as juntas,
Desesperei-me em em infinitas gotas,
Que novamente tocaram o frio azulejo,
Esperando o evaporar...