quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Eu e o Pink Floyd

Boa madrugada povo!
(gente a postagem ficou coma formatação meio zoada, dps arrumo, pelo menos dápra ler...)


Escrevo pra contar minha relação com o Pink Floyd.
Mas pq escrever isso Ivi???
Pq pra mim, é importante escrever no MEU (antes q SOPA me foda rs) espaço, sobre MINHAS coisas e relações, assim organizo minhas idéias e tb acabo me encontrando melhor.

Agora, escrevo isso agora pq terá o Show The Wall, do Roger Waters,  abril e Durvalzinho e eu iremos!
Daí começou a surgir várias recordações em minha mente...

A primeira, é  imagem, é a do meu pai, pq sem ele não teria Pink Floyd em minha vida, nem Crazy Diamond, nem show, nem este post.
Meu pai sempre andava por aí, quando eu era criança, com camisas pretas de rock. Imagina um cara loiro do olho azul, barbudão com estas camisas, ou de Rolling Stones, ou Pink Floyd, enfim, meu pai um sujeito style; mas tb sem noção, pq  as maiores recordações, são a hora de irmos dormir e ele mandando ver no som alto rolando,  o rock nervoso comendo solto e minha mãe surtando q era pra ele desligar q íamos dormir e tals, ele, claro não desligava e dormíamos como anjinhos ao som do rock rs. Lembro-me até hj como eram as caixas de som, enormes, empilhadas uma nas outras  e um cobertor roxo - (q "era"  meu) usado pra forrar ou não machucar uma  na outra, algo assim.
Esta parte da falta de noção paterna, que hoje acho até engraçada, não vem ao caso.




O primeiro contato musical, foi com o filme The Wall, o álbum foi lançado no ano q nasci, em 1979 e o filme em 1982, devia ter 2 pra 3 anos. Não sei quando meus pais alugaram este filme para vermos, lembro bem do meu pai felizão dizendo q tinha alugado uma coisa legal pra gente ver! Lembro-me da minha irmã e eu  vendo o filme e achando o máximo, ainda mais q tinha desenhos! Nunca nos esquecemos da cena das crianças no moedor de carne e da mãe batendo no diretor da escola, que por sua vez, batia nos seus alunos.
Revi este filme 2x esta semana e uma delas como Durval, q por incrível q pareça, não havia visto (viu com 30 anos de atraso), quanto mais via o filme, mais pensava: Meus Deus, q filme ultra pesado para uma criança ver!!! Entretanto, eram outros tempos e nem por isso desandamos, ao contrário, posso contar coisas divertidas por aí e por aqui!!
Um musical sem dancinhas e clichês. Maduro, adulto, forte, estruturado, que trata de questões importantíssimas comum a todos, trata de conflitos individuais e de como isso se expande para a comunidade a sociedade. É um outro post falar deste musical, pq têm conteúdo pra caramba.
A outra lembrança q tenho, muito mais forte e enraizada, esta é beeeem forte, é do álbum 

Delicate Sound of Thunder  de 1988. Aí já estava mais grandinha, tinha 8-9 anos. Álbum bacana, não mais em vinil e sim CD, coisa pra época suuuuuuper moderna e era álbum duplo, noooossa, aí o apogeu!

Foi onde a voz do David Gilmour grudou na minha cabeça e o rosto dele nunca mais desapareceu da minha mente (calma q chego lá). Em minhas memórias, é ele a voz do Pink Floyd.
Quando eu vi a capa: 



                          (capa)
                         (contra-capa)


Pensava com os meus botões: mas o que é este sujeito com estas lâmpadas em sua roupa??? Quem é ele, pq faz isso? O que isso quer dizer? às vezes tentava imaginar o rosto dele, mas as lâmpadas me intrigavam demais (até hj, viu!). As pernas e o tronco meio q numa posição de cowboy, pronto pra sacar uma arma tb me chamavam a atenção. Pensava, parece pesada esta roupa, sempre tive esta impressão. Passava muitos minutos olhando a capa, tentando entender. Outra coisa que me chamava bastante atenção, era o cara da frente, com pássaros em volta dele. Aí pensava: ele está alimentando os pássaros? Pra mim, apesar de estarem juntos, não via interação entre o homem e os pássaros, assim como o homem e as lâmpadas. Cogitava então, uma interação dos dois homens e não chegava a resposta alguma.
Hj pouco mudou,  ligando com o nome, são duas coisas delicadas (delicado som do trovão), assim como o som da banda, as lâmpadas e os pássaros, para ambos ficarem intactos, inteiros e harmônicos, é preciso saber como se mover. Existe força, numa forma expressiva e não física (assim como o trovão), mas delicadeza.
Preciso elaborar melhor isso.
Então, aí, cansada de não achar resposta nenhuma, ia pra contra-capa e não obtinha nenhum resultado consistente ou satisfatório, aliás, só decepção... Olhava para aquelas árvores e via castelos!!! Árvores castelos!! (q viagem!! rsss) Não entendia pq elas pareciam castelos, pq tinham tijolos e confesso q apenas hj reparei q tem um carinha lá embaixo.
Intrigantes árvores-castelo-seca. Pq seca? Sem nenhuma folha? Isso reforçava a idéia de castelo.
As músicas deste álbum são: 

Disco 1

 O CD 01 não gostava muito, achava extremamente denso, difícil, pesado (cazzo, eu tinha 9 anos!!! por favor!).
Shine on You Crazy Diamond pra mim era insuportáaaaaaaaaaaaavel, enorme, inacabável, com solos psicodélicos imensos,  e meu pai ouvia umas 300x pra aumentar minha tortura. Era uma música q entrava em mim e me incomodava ao extremo, doía, como se eu tivesse imersa em chumbo, pesada, suja, confusa, não conseguia absorver. Quando o Gilmour começava a cantar, aliviava um pouco, uma voz doce no meio daquelas notas absurdas para uma criança. Música esta que demorei bastante pra digerir, pq é muito complexa ao meu ver. Nunca tive maturidade o suficiente pra compreender Pink Floyd e vamos e venhamos, veio muito precoce em minha! Imagina eu sem bagagem intelectual, conceitual, emocional, musical pra sorver tamanha complexidade! Sem condições.
O CD 02, adoraaaaaava ouvir! Pirava, eu e minha irmã!!!

Time era uma das quedinhas, o som inicial do relógio q mais parecia um batimento cardíaco aliado ao som da guitarra (ou baixo? desculpem minha ignorância) era incrível e aí a música disparava! (sei q usei a palavra "aí" mil vezes neste post,mas estou escrevendo como falo e pouco preocupada com correções, imaginem um bate-papo comigo agora, assim sabe)
Wish You Were Here sempre achei doce e tranquila, na época não me causava grandes emoções, era apenas agradável. Hj acho maravilhosa e a voz do Gilmour mais doce ainda q na época. Tocante, triste, elegante, profunda.
Money o máaaaaximo! Um solinho q me lembrava Dire Straits, no meu mundinho lembrava (nota-se q meu pai não é fraco não!!). O som de caixa registradora combinado ao ritmo era o supra sumo da criatividade!!! Adorávamos ouvir!! (eu e minha irmã)

Us an Then achava tão triste, deprimida, escura, pesadona, uma música q não queria ouvir não... 

Another Brick in the Wall era festa pura, um hino, o coro das crianças era o nosso coro!!! Uhhuuu! 

"We don't need no education
We don't need no thought control
No dark sarcasm in the classroom
Teachers leave them kids alone
Hey! Teacher! Leave us kids alone!
All in all you're just another brick in the wall"


E as outras versãozinhas idiotas q surgiram: não machuque o gato, ele é um cara legal! (aff crianças...)
No entanto não adiantou bosta nenhuma, pq os sarcasmos nas escolas continuaram, o controle ditatorial e nunca nos deixaram em paz.

Agora, Confortably Numb, sempre, sempreeeeeeeeeeeeee, desde a primeira vez q ouvi foi
a minha predileta e que mais tocou fundo na minha alma. Confesso que sinto vontade de chorar muitas vezes que a escuto. Nem sei o pq, mas ela me emociona ao extremo.

Quando criança, eu e minha irmã vivíamos cantando meio q viajando Hello, hello, hello, hello...Is there anybody in there? Tudo com muito eco, claaaro! Adorávamos aquele lance de viajar numa coisa, a música toda é uma viagem delirante e isso sempre  nos divertia muito! Hj eu sinto mais q isso, sinto que fala, ao menos pra mim, de um estado de introspecção absurda, dolorida e que é preciso de alguém são pra te trazer de volta pra não se perder nas dores de se passado e ficar atolado e perdido em si. O confortavelmente entorpecido é o estado de entrega, de parar de lutar, se largar de mão, isso dá conforto, vc liga o foda-se, mas é um conforto enganoso, pq vc afunda cada vez mais e mais...
"Ok...Ok...Ok..". aquela voz de alguém querendo te trazer de volta, dando a entender q está tudo sob controle, e de repente o grito de dor "Aaaaaaaaahhhhh", como um afogado q  volta a respirar, um bebê q nasce. Dói. Vc têm q seguir em frente  mesmo sem vontade, sem razões, sem forças, apenas seguir, nem q seja se arrastando, não interessa, precisa seguir. 
"Seus lábios se movem, mas eu não posso ouvir o que você está dizendo - Your lips move, but I can't hear what you're saying" - Quantas vezes meus lábios se moveram e ninguém pode me ouvir? Inúmeras vezes, milhares de vezes.
"A criança cresceu 
O sonho acabou 
E eu me tornei 
Confortavelmente entorpecido"
"The child is grown
The dream is gone
And I have become
Comfortably numb."

É isso, eu cresci o sonho acabou e eu me tornei confortavelmente entorpecida. É a forma que eu encontrei de sobreviver até aqui. Muitos sonhos acabaram ao longo da estrada, "como um vislumbre fugaz pelo canto do meu olho e eu me virei pra olhar, mas tinhas ido embora e não posso tocá-lo com meu dedo agora."
When I was a child
I caught a fleeting glimpse
Out of the corner of my eye
I turned to look but it was gone
I cannot put my finger on it now
Só confortavelmente entorpecido se sobrevive no meio do caos, frustração, decepção, dor e abandono. Vc luta vez ou outra, mas o confortavelmente entorpecido é o que permanece, (pode-se considerar também cauterizado, anestesiado). O confortavelmente entorpecido te faz  aguentar mais porradas, sabe, acaba doendo menos, mas, acumula-se lá dentro, no seu abismo infernal interno. Quando se tem tempo, lambe-se as feridas pra ajudar.
Hj não preciso mais ficar confortavelmente entorpecida, pq muitas coisas melhoraram e a vida está ótima, apenas luto pra vencer este velho hábito que  era um modo de sobrevivência. Também lidar com algumas feridas que precisam ser tratadas. 
Agora, cá entre nós, ow música densa, pesada,  para uma criança!! Como eu, tão criança gostei tanto desta música e me identifiquei?  Eu não entendia nada, apenas curtia o som, me sentia bem, me sentia eu com esta música. Adorava oo lance do estar loooooonge do real, num refúgio anestésico, offline. E Sabia q era assim, pq além de ter visto o filme, eu procurei saber o que era e entendia um pouco das coisas. Entretanto, nunca experimentei droga alguma.

Run Like Hell não me chamava tanta atenção, achava meio carregada a guitarra no início, e o nome pra lá de estranho, mas não me dizia muito esta canção.
E o rosto do David Gilmour? Bom, meu pai tinha o show , sei lá se comprou ou gravou, me lembro dele chamando a gente pra ver e dizendo: Olha estas imagens, estas luzes, espia lá no telão!!! No fundo!! Q incrível! Eu, meio sem entender direito, nunca mais me esqueci da iluminação e daquela "bola" (um círculo) de fundo cheia luzes coloridas e absurdas, misturadas a imagens.Ele sempre me chamava pra ver na música que eu não conseguia curtir, a Shine on You Crazy Diamond, ou outras da parte inicial e eu pouco ficava pra ver. Agora não sei se é do álbum The Division Bell ou este que citei acima, pq os dois ele tinha.
O Pink Floyd sempre foi uma banda extremamente áudiovisual. Não é só música, é mais, vai além, eles te proporcionam uma experiência, uma viagem em cores, imagens e sons. Não são o tipinho lady Gaga q se fantasia, não. Eles são simplérrimos nos shows, o q pega é comoa coisa é montada, é um espetáculo de arte mesmo. os caras são fodas.

Weel, o tempo passou e sempre curti sempre as mesmas músicas, de leve, despreocupadamente, sem me aprofundar, Pink Floyd ficou meio q  encostado na minha adolescência e fase "jovem" rs.
Conheci o Robert, me casei com ele e ele suuuuper híper mega fã, tem o 2º vinil dos caras, e dvd de show e pans. Voltou o gás pinkfloydiano!!!!
Estava eu, bela e formosa um dia tomando banho ouvindo rádio, sempre deixo tocando música clássica,  mas desta vez deixei na Kiss FM e falou que vai ter do show do Roger Waters e que estava sorteando um camarote especial! Eu: ah! Legal! Até setembro têm chão pra comprar os ingressos!!
Ok. No You Tube nosso de cada dia, estava eu fuçando as músicas do The Wall e fazendo um revival, aí vi um bannerzinho de canto falando do show, quando fui ver saí num site dizendo q o show era em março - final e abril!!! Arebaguandi! Surtei, ensandeci e os lugares melhores no dia  da galera q fica sentada estava meio lotado, esgotado e sem assento junto, ou seja, eu separada do Durvalzinho neste momento esepcial, ah não gente! Liguei lá e conversei com a menina, como o show mudou de sábado pra terça, uma galera devolveu  e eu óbvio q catei!
Resultado, gastamos uma nota pretíssima que vai valer cada  segundo lá, faça chuva ou chuva, pq SP esta época do ano, meu amor, é barra pesada.

Fucei na internet e achei um léi (pedaço) da turne do Roger (ai q íntima, lambeu o Gilmour o post todo agora vem falar dele, não posso fazer nada, ele cantou quase o álbum todo e eu introjetei assim, paciência, ou fazia analogia dele com meu pai, ambos têm o mesmo porte físico e olhos claros, pode ser isso...) enfim, prosseguindo, espia só o nipe do show! Os caras de Lisboa saíram ganhando com o Gilmour (de novo ele? sim de novo) aparecendo miraculosamente em cima do muro, quase tocando o céu. Pira na animação minha gente! passo mal!!! Olha este muro, olha esta iluminação, olha isso!!!
Tanto Roger quando o Gilmour estão batendo um bolão! Quero chegar na idade deles assim, ultrafoda e não confortavelmente entorecida rsss




Não vejo a hora de chegar o dia do show! Aí comento como foi e se chorei litros rs.

Pra constar: Este post é pra  contar minha relação inicial com o Pink Floyd,das  minhas memórias de infãncia e não  discutir a discografia, letras de música e conceitos artísticos  do musical The Wall (se não este post teria um bilhão de linhas e só fanáticos iam ler)

Então é isso.
Está tarde, estou moída.
Bjo a todos.

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